Cartório Santa Quitéria

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Emancipação de menor: o que é, como fazer e quais as vantagens

De acordo com as leis e o sistema jurídico brasileiro, um indivíduo só tem a capacidade de exercer sobre seus próprios atos após completar 18 anos, criando responsabilidade sobre sua vida com o poder de compra e venda, assinatura, responder por seus atos e demais ações.

Antes da maioridade ser atingida, quem tem responsabilidade por essa pessoa são seus pais ou aquele que possuir sua guarda.

Acontece que em alguns casos a vida pode exigir que esses indivíduos amadureçam mais rápido dependendo apenas de si mesmos e é possível realizar esse procedimento com a emancipação de menor.

Com a emancipação esses jovens passam a ter mais responsabilidade sobre seus atos e acesso aos direitos civis que os seriam concedidos só após a maioridade.

Apesar de parecer simples, esse processo é bastante complexo e precisa ser feito com atenção e consciência, além disso, ainda que a emancipação seja feita, há algumas regras estabelecidas pelas leis do país do que pode ou não ser feito.

Emancipação de menor: o que é, como fazer e quais as vantagens

O que é emancipação

Emancipação significa libertação, ou seja, se refere a libertação de jovens menores de 18 anos para que possam ter mais autonomia e adquiram acesso a direitos civis que só o seriam concedidos após a maioridade.

De acordo com o Art. 5º da Lei nº 10.406, a pessoa habilita a maioridade após os 18 anos tendo acesso a realização de atividades e atos da vida civil.

No inciso do Art. 5 se estabelece que a lei será cessada pela concessão dos pais, judicial ou por lei.

Isso se refere a emancipação que torna o indivíduo capaz de exercer atividades da vida adulta antes da idade estabelecida.

Esse processo pode ter continuidade de forma legal, judicial ou voluntária, nesse caso deve-se entrar em contato com um cartório para prosseguir.

Como funciona a emancipação

A emancipação é um processo realizado por uma exigência dos pais, judicial ou imposta por lei.

Todos os formatos são atribuídos de forma que o menor tenha direitos civis e responsabilidade por seus atos, mas em qualquer que seja o formato é necessário ter atenção sobre como o procedimento deve ser feito e os pontos abordados em cada uma.

Como funciona a emancipação

Tipos de emancipação

Existem ao todo três tipos de emancipação de menor que são definidas pelas condições as quais levaram a esse recurso.

Essas são:

  • Emancipação voluntária – requerida pelos pais;
  • Emancipação judicial – requerida por disputa judicial;
  • Emancipação legal – requerida por lei.

Emancipação voluntária

A emancipação voluntária aparece no inciso I do Art. 5º, que diz que é possível emancipar um menor com o requerimento dos pais.

O procedimento é realizado com a presença e a decisão dos pais, para isso é necessários o consentimento e a autorização de ambos, mas caso um dos pais já tenha falecido, não seja presente na vida do menor ou não tenha realizado o reconhecimento de paternidade, a emancipação pode ser prosseguida por apenas uma das partes.

Emancipação voluntária requisitos

A emancipação voluntária deve ser solicitada pelo indivíduo juntamente aos seus pais em um Cartório de Notas, lembrando que esse deve ter 16 ou 17 anos, abaixo dessa idade a emancipação não pode ser concedida.

A solicitação é emitida uma escritura que formaliza o processo, depois basta realizar o registro e adquirir a certidão comprobatória.

Emancipação voluntária requisitos

Emancipação judicial

A emancipação judicial assim como a anterior está declarada no inciso I do Art. 5º e é caracterizada por uma disputa a qual deve ser analisada pelo júri.

Esse tipo acontece quando os pais não concordam com a emancipação ou quando o próprio indivíduo de menor está sob guarda de um tutor e busca a emancipação.

Apesar dos tutores terem responsabilidade sobre o menor, quando não possuem parentesco com o jovem, a emancipação só pode ser realizada de forma judicial.

Emancipação judicial requisitos

A emancipação judicial tende a ser solicitada diretamente pelo menor e para esse caso quem determinará o decreto final do processo é o juiz que deve atribuir uma sentença analisando o caso a fundo.

Quando a sentença é dada ao Cartório de Registro Civil, o indivíduo já está habilitado à emancipação.

Emancipação judicial requisitos

Emancipação legal

A emancipação legal está aplicada no inciso II, III e IV do Art. 5º indicando que o menor pode ter sua emancipação caso tenha alguma característica prevista por lei.

Nesse caso o processo é feito automaticamente sem precisar da autorização dos pais ou passar por decisão judicial.

Para que esse método seja aplicado é necessário estar dentro de uma das características previstas por lei que indicam a capacidade do jovem em ter sua própria autonomia.

Emancipação legal requisitos

O requisito para ter a emancipação legal efetivada é realizar alguma atividade prevista por lei como um bônus para emancipação.

Veja quais são:

Casamento

jovens a partir de seus 16 anos completos podem se casar desde que a união seja feita com a autorização dos pais ou responsáveis legais.

Com o casamento a lei compreende que o indivíduo possui capacidade de exercer os direitos civis;

Exercício de emprego público efetivo

caso um menor seja aprovado em um concurso público ele é automaticamente emancipado.

A maioria dos concursos públicos exigem a participação de pessoas maiores de 18, por isso esse caso é menos frequente, mas há algumas exceções;

Colação de grau em ensino superior

caso um menor seja aprovado em um concurso público ele é automaticamente emancipado.

A maioria dos concursos públicos exigem a participação de pessoas maiores de 18, por isso esse caso é menos frequente, mas há algumas exceções;

Economia própria

é quando o jovem possui recursos financeiros que comprovem a capacidade de arcar com seu próprio sustento sem depender economicamente dos seus responsáveis.

Para a emancipação é necessário que a economia venha de um estabelecimento civil ou comercial ou tenha um emprego.

Emancipação legal requisitos

Como emancipar um menor

Como citada anteriormente, a emancipação pode ser solicitada de três formas e para cada uma delas existem suas próprias exigências.

O método mais convencional e prático é a emancipação voluntária que é feita com a autorização dos pais.

Para isso é necessário apenas se dirigir a um cartório e realizar a solicitação que será analisada pelo tabelião e atribuída em seguida.

Apesar de parecer simples é preciso se atentar pois caso seja analisado que o pedido de emancipação está sendo feito de maneira má intencionada, o processo pode ser recusado.

No caso da emancipação judicial, ela pode ser solicitada quando o tutor do indivíduo não possui parentesco com o mesmo ou quando os pais não concordam entre si sobre o procedimento, por exemplo, a mãe deseja emancipar o filho, enquanto o pai não.

Nestas situações basta realizar a solicitação para que assim o júri analise e determine o que será feito.

Já para a emancipação legal, ela é feita de maneira automática depois da análise do cartório, desde que essa comprove que o jovem possui um dos requisitos necessários.

O que precisa para emancipar

Para esse procedimento é necessário ter alguns documentos em mãos, tais como

  • Dos pais – RG e CPF;
  • Caso um dos pais seja falecido – certidão de óbito;
  • Dos filhos – RG, CPF e certidão de nascimento;
  • Responsáveis legais – RG, CPF e documento de tutela do menor;
  • Emancipação por casamento – certidão de casamento;
  • Emancipação por emprego público efetivo – confirmação de aprovação em concurso público;
  • Emancipação por colação de grau em ensino superior – certificado de conclusão;
  • Emancipação por economia própria – dados que atestem a capacidade financeira.

Com quantos anos pode se emancipar

Para qualquer uma das situações, a emancipação só pode ser realizada caso o jovem tenha 16 anos completos e seja menor de 18.

Antes disso a emancipação é negada pelo júri sem quaisquer chances de ser atribuída.

Além disso, é preciso ter certeza sobre o procedimento pois uma vez autorizada por lei, a emancipação não pode ser revertida.

Com quantos anos pode se emancipar

Quais as vantagens de ser emancipado

Quando se refere a emancipação a primeira coisa que vem em mente de muitos jovens são os benefícios de poder ter acesso a alguns direitos civis que antes os eram impedidos, além disso esses indivíduos deixam de ser subordinados por seus pais ou tutores.

A emancipação garante que a pessoa tenha mais autonomia, decidindo sobre suas próprias decisões sem a necessidade de ter a autorização dos seus responsáveis ou até a autorização dos mesmos para as suas atividades diárias.

O que um menor emancipado pode fazer

Para entender melhor, confira tudo o que um menor emancipado pode fazer:

  • Assinar documentos e contratos;
  • Viajar sem precisar de autorização ou acompanhamento;
  • Casar;
  • Fazer a compra e venda de bens e imóveis;
  • Receber herança;
  • Abrir conta bancária;
  • Exercer atividades profissionais.

O que um menor emancipado pode fazer

O que um menor emancipado não pode fazer

Ainda que a emancipação sirva para atribuir jovens de menor a atividades da vida adulta, há algumas restrições para determinadas situações onde mesmo com a emancipação algumas atividades não podem ser realizadas e quando são feitas devem ser respondidas pelos pais ou responsáveis legais.

Emancipado pode tirar CNH

O emancipado não pode tirar CNH, no Art. 140 do Código de Trânsito Brasileiro a Lei 9.503/97 diz que para habilitar a carteira de motorista a pessoa precisa ser penalmente imputável, ou seja, deve responder penalmente por seus atos.

Como a emancipação não permite que os jovens menores tenham esse direito, o indivíduo precisaria esperar até completar seus 18 anos.

Emancipado pode ser preso

O emancipado não pode responder criminalmente bem como não pode ser preso, ainda que tenha outros direitos da maioridade, a pessoa ainda responde através das normas do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Nesse caso os pais ou responsáveis continuam respondendo pelo menor caso o mesmo cometa um crime.

Dependendo da gravidade do crime, o jovem pode ter uma pena a qual o faz realizar serviços comunitários ou então pode ser solicitada a sua internação com durabilidade de até 3 anos.

Emancipados podem beber

O jovem emancipado não pode consumir bebida alcoólica ou drogas lícitas ou ilícitas que possam causar danos prejudiciais a sua saúde e o levar a ter vício ou dependência.

Emancipado pode entrar em balada

A emancipação não permite que jovens tenham acesso liberado para baladas, motéis e demais eventos +18.

Essa classificação indicativa é restrita justamente para que os responsáveis por esses espaços não precisem se preocupar com a idade dos frequentadores e as atividades que estão realizando no ambiente.

Emancipado pode entrar em balada

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